A maioria das pessoas se assustam quando descobrem que mesmo com energia solar você ainda paga conta de luz. Isso acontece porque elas ainda não entendem completamente a sua conta de luz e oque compõe esse custo.
Como funciona um sistema de energia solar?
Para entender por que quem tem energia solar paga conta de luz, é necessário compreender como o sistema funciona. Afinal, ao contrário do que muitas pessoas pensam, a eletricidade gerada pelas placas fotovoltaicas não vai diretamente para consumo interno, mas sim é convertida em créditos para utilização no futuro. Um sistema de energia solar criado para consumo local conta com três elementos básicos:
- as placas fotovoltaicas;
- os cabos de transmissão de energia
- o inversor solar.
Existem variações entre os sistemas e versões diferentes de cada peça, mas o esqueleto básico da estrutura é esse. Essas partes trabalham juntas para gerar a energia que será usada pelo consumidor.
Os painéis solares captam os raios solares e, por meio de um processo químico, transformam a luz em energia elétrica. No entanto, ela é gerada em corrente contínua (CC) e não em corrente alternada (CA), que é o formato usado nas residências. Portanto, para utilizar a energia normalmente, é necessário enviá-la para um inversor solar, que fará a transformação para o formato correto.
Essa energia em corrente alternada, então, é enviada para a rede elétrica. Ali, ela é distribuída conforme a necessidade local, sendo utilizada por qualquer unidade de consumo que precise dela.
A energia gerada pelo sistema solar e enviada para a rede elétrica é convertida em créditos que, posteriormente, são abatidos na conta de luz. Mesmo que a pessoa consuma menos do que produziu, ela ainda terá de pagar uma taxa mínima.
Como a conta de luz fica após a instalação?
A conta de luz de quem tem um sistema de energia solar fotovoltaica on-grid é um pouco diferente daquela de quem usa a rede elétrica sem esse recurso. No entanto, as alterações são poucas e bem simples de entender. Veja a seguir quais as principais diferenças entre os modelos!.
Taxa mínima
No campo de valores faturados, além do consumo de energia elétrica do período apurado em kWh, há também a discriminação do custo de disponibilidade, popularmente chamado de taxa mínima. É o valor que o usuário deve pagar por estar conectado à rede elétrica e ter energia a qualquer momento. Afinal, quando o sistema não produz energia, a casa usa a eletricidade vinda da rede de distribuição.
Dados de produção de energia
A conta de luz apresenta os dados de produção de energia elétrica pelo sistema solar. Estão discriminados o total de kWh que a unidade injetou na rede elétrica, bem como a quantidade que consumiu. Caso o saldo seja positivo, o usuário não terá de pagar pelos kW (apenas a taxa mínima), e a diferença vai para um saldo acumulado.
Dados de consumo
No campo de dados de consumo da conta, virá a informação de “energia injetada” na rede elétrica. Basicamente, esse dado diz quantos kWh gerados foram “descontados” do consumo mensal.
Por exemplo, suponha que o sistema de energia solar da sua casa produziu 600 kWh no mês, mas a unidade só consumiu 250 kWh. No campo de produção de energia, estarão os 600 kWh. No entanto, nos dados de consumo, aparecerá como energia injetada apenas os 250 kWh para descontar o que foi consumido. O restante irá para o saldo acumulado.
Saldo acumulado
Por fim, a conta de luz traz o total de kWh não descontados que o consumidor tem à disposição. Caso ele gere mais energia do que consumiu em um mês, esses créditos se acumulam para serem usados em até 60 meses (cinco anos). Portanto, se no mês seguinte o sistema gerar uma quantidade menor do que a consumida, dá para compensar com créditos de meses anteriores.
Quem tem energia solar paga conta de luz?
Sim, quem tem energia solar paga conta de luz. Mesmo que a quantidade de energia gerada pelo sistema seja maior do que a consumida no mês, será necessário pagar a taxa mínima.
Esse valor é formado pelo custo de disponibilidade da energia somado à taxa de iluminação pública local. Portanto, o total cobrado varia de caso a caso. Em relação ao custo de disponibilidade, os valores dependem do tipo de alimentação contratada. As opções são:
- modelo monofásico ou bifásico a dois condutores: custo de 30 kWh;
- modelo bifásico a três condutores: custo de 50 kWh;
- modelo trifásico: custo de 100 kWh.
Para calcular a taxa mínima que você teria de pagar, basta multiplicar o valor do kWh pela cota indicada de acordo com o modelo de alimentação e somar à taxa de iluminação da cidade. Por exemplo, suponha que o seu contexto seja:
- modelo de alimentação bifásico a três condutores (custo de 50 kWh);
- custo do kWh de R$0,516;
- a taxa de iluminação pública é de R$17,00.
Nesse caso, o pagamento da taxa mínima seria de R$42,80 (R$25,80 do custo de disponibilidade e R$17,00 da tarifa de iluminação pública).
Vale a pena instalar um sistema de energia solar?
Agora que você já sabe que quem tem energia solar paga conta de luz, como a cobrança é feita e qual seria, em teoria, o valor mínimo que teria de pagar, é hora de se questionar: afinal, vale a pena ter um sistema de painéis solares em casa?
A resposta é sim. Mesmo com a cobrança da taxa mínima todos os meses, a conta de luz fica muito mais barata. Além disso, o acúmulo de créditos em meses de boa produção reduz os gastos quando a geração não é tão positiva assim.
No entanto, é importante contratar uma boa empresa para fazer a instalação do sistema de energia solar em sua residência. Isso porque é necessário fazer um estudo da incidência de raios do Sol e criar uma projeção de produção para estabelecer a quantidade de painéis necessários.